No ano de 2018, nós do Ateliê e o artista fomos presenteados com a formidável oportunidade de desenvolver a representação de uma história contada por intermédio de uma tela; Se por um lado a temática da proposta inicial deste maravilhoso desafio não era inédita dentro da trajetória artística do trabalho, por outro, seu ineditismo pôde ser observado justamente por ser a representação de um núcleo familiar reunido, contando não somente uma parte desta história da família como ainda eternizando detalhes específicos dos pormenores individuais que até aquele momento melhor retrata e caracteriza as personalidades representadas. Conheça esta obra específica em alguns dos seus detalhes, seus significados e algumas de suas referências contidas em pormenores aparentemente sem maior importância e comece ainda hoje a vislumbrar a real possibilidade de transcrever para eternidade, uma parte da história de sua família para as futuras gerações por meio da tradição inigualável da arte da pintura a óleo.
Retrato da Família Masagão Ribeiro - Óleo sobre tela / 120 cm x 200 cm - 2018
Por intermédio de uma composição de predominância marcadamente horizontal, o artista intercala uma apresentação individual dos personagens curiosamente de modo vertical, evidenciando de maneira intencional inda que não óbvia e explicita, a sua ligação entre o plano físico material da construção e perpetuação de três distintas gerações de um mesmo núcleo familiar, assim como também uma interligação do plano espiritual com o invisível, aqui representado por meio da iluminação ambiente que reflete discretamente direcionada por sobre os personagens retratados em primeiro plano da cena.
Partindo desta leitura simplista e um tanto resumida, podemos dizer que a cena se divide em três blocos principais, tendo de seu lado esquerdo, um quadro que representa e retrata os personagens em outro momento, feitos através da ótica e perspectiva de outro artista, no caso, o pintor Gustavo Rosa.
Aqui, ele representa a captura de um momento e retrata uma fase da vivência dos personagens, podendo ser observado como uma referência de passagem e por que não dizer, uma evolução no caminho trilhado anteriormente por cada um dos personagens de maneira individual.
Do lado direito da composição, pode ser visto um espelho, que ao mesmo tempo em que representa parte da ancestralidade familiar, na representação pictórica do genitor paterno do núcleo, apresentado como um artista pintor que imprime em sua tela por meio da liberdade artística criativa de quem constrói o futuro, mostrando logo atrás de si, uma ambientação ampla que mostra um longo caminho que deverá ser desbravado por esta nova geração que dará continuidade a tudo que foi edificado até aquele momento.
Ligados de modo afetivo por intermédio do enlace de suas mãos, os pais representam a solidez dos responsáveis por dar continuidade na construção de um futuro, ele, demonstrando através de sua fisionomia, a tranquilidade serena de quem pavimentou um caminho de modo seguro, ela, por meio de um olhar misto, que intercala orgulho e convicta esperança de quem já consegue vislumbrar em um horizonte já visível, as conquistas daqueles que herdarão a responsabilidade de dar continuidade para suas histórias.
Representando diretamente a continuidade e a expansão do núcleo, aqui apresentados quase como literalmente um par de asas que se abrem para alçar voos maiores em um futuro que já pode ser observado no presente do momento apresentado na cena.
Na representação familiar exposta é evidente a repetição da pose dos personagens, contudo, marcado por diferenças sutis da vida e do momento de cada um deles; O filho, aqui retratado com uma camiseta vermelha que mostra a sigla e o símbolo de um projeto social do qual ele compõe parte fundamental, demonstrando já desde cedo sua atenção direcionada para uma participação efetiva na construção de um futuro mais inclusivo de caráter progressista mais amplo perante a sociedade.
O pai, que aparentemente não evidencia grandes mudanças de posicionamento e apresentação de sua vestimenta, mostra de maneira sutil em seu olhar levemente direcionado, certa atenção que ao mesmo tempo em que evidencia a solidez de suas decisões mostra ainda uma séria vigilância no caminho que está sendo construído, assim como também na análise que representa a personagem da mãe, que também através de seu olhar deixa esta característica evidente, marcada exclusivamente por um olhar fartamente dócil para a construção deste caminho vindouro que pode ser observado por ambos.
No que diz respeito à cor de seu vestido, aqui amarelo e na representação final do artista na cena principal sendo preto, representa a conquista da certeza de uma maturidade sóbria, alcançada por meio da experiência da vida.
A filha, representante evidente da vertente mais jovem do núcleo, que por intermédio de suas vestimentas (pouco variadas para além das cores), mostra por um lado à espontaneidade juvenil das descobertas e experimentações, por outro, demonstra sua base sólida na construção de suas referências imutáveis apesar de suas possíveis variações que somente a plena juventude permite.
O detalhe da TV refletida no espelho trata-se da apresentação de uma reportagem específica sobre as comemorações dos 50 anos da ONG titulada “Projeto Arrastão”, projeto este que tem suas origens semeadas por parte de membros da família e que certamente tiveram importante influência nos posicionamentos e vertentes sociais do filho do casal, e que de fato expõe um pilar digno e necessário de ser retratado na obra, como um detalhe sim, mas não de menor importância para a solidez dos valores construídos ao longo do tempo.
Este é apenas um resumo das representações, referências e significados que foram utilizados pelo artista na construção desta obra, havendo diversos outros pormenores não comentados, que você pode observar nos recortes dos detalhes abaixo, mas que nem por isso têm menor importância no contexto criativo, como por exemplo, a bolsa de tacos de golfe, o par de luvas de boxe, os livros refletidos no espelho logo abaixo da TV, a inscrição na camiseta do filho dentre outros. Observado que, em todas as obras do artista, sem exceções, não há nada que não represente algo muito específico com embasamento técnico ou de valores sentimentais que podem ser observados e que devem ser perpetuados em uma representação histórica de um retrato familiar.
O Pai: A fisionomia tranquila e serena de quem pavimentou um caminho de modo seguro, certo de haver realizado o melhor que foi capaz da maneira mais correta possível de ser obtida na construção de um futuro que já está presente.
A Mãe: Um olhar amoroso, que intercala o bom orgulho e uma convicta esperança de quem já vislumbra o horizonte visível das conquistas daqueles que herdarão a responsabilidade de continuar a escrita de suas histórias e de todo o seu legado.
Fale conosco e conceda-nos a honra de a nossa criatividade poder contribuir de modo satisfatório com as suas ideias, agregando valores que perpetuarão a história do seu legado para futuras gerações de seu núcleo familiar.