Doeu o Eu que há em mim... Dali a arte nasceu
Pequenas Percepções Percebidas no Processo
Em uma época em que o desenho já fazia parte constante do dia a dia da minha vida, assim como também a capacidade imaginativa e criativa que todo menino de seis anos é abençoado por ter, eu não seria capaz de ainda menino pequeno, imaginar que através das tintas, pincéis e tantos outros materiais, eu daria vida e formas a meu universo de personagens e a minha maneira toda particular de me comunicar com o mundo em minha volta.
Com o passar dos anos descobri que o gosto de menino virou uma louca paixão de pré-adolescente, para logo em seguida se transformar em um amor que levarei para além da minha velhice.
Fiz muitos desenhos, ilustrei muitas histórias, pintei muitos retratos e paisagens... Para enfim encontrar a minha própria caligrafia pictórica através das experiências vividas e prática diária do ofício de pintor, durante os anos que me trouxeram até este exato momento.
Hoje é através desta caligrafia que, da mesma forma de quando eu era pequeno, me comunico com o mundo a meu redor... Sendo agradável e doce quando quero e posso, mas também crítico e contestador quando necessário e preciso; Sutilmente, eu grito não somente as minhas dores e alegrias como também as do nosso inigualável mundo moderno e contemporâneo.
Foi um longo caminho trilhado até este momento, e que mostra uma longa estrada a ser caminhada (pintada) ainda... Foram diversos ateliês, foram e serão centenas de quadros e também milhares de histórias vividas, vistas e contadas, que de alguma forma no futuro, deixarão o registro de como eu via a vida ao meu redor, expressada e materializada de uma maneira particular com uma linguagem totalmente universal.
Evandro Cardoso - Agosto de 2011